26 maio, 2011

ENCONTREI UM PROBLEMA


     Acho que estou tendo alguns problemas de identidade, ou será a idade?
Não sei às vezes eu quero uma coisa que me faria perder outras, às vezes quero me desapegar e outras vezes não. É muito complicado, às vezes parece que estou perdido.
Espero conseguir superar isso, e pior que muitas vezes sinto que não tenho ninguém pra me apoiar ou até mesmo me ajudar. Apenas sinto, porque afinal de contas, eu sei que tenho, porém ao mesmo tempo estou tentando fazer isso sozinho. Ai, é tão complicado.
Definitivamente preciso me perder pra encontra um novo eu, não me parece fácil, mas preciso tentar.


23 maio, 2011

THAT'S ALL FOLKS

    Quando eu disse que poderíamos não ter uma ‘próxima vez’ eu falei sério... Não que eu tivesse um plano ou data certa para por um fim. Mas isso estava assim como uma bateria de celular: ela é visível, pode-se ver o quanto ela dura, e ver que em breve vai acabar. Então, antes de acabar, se recarrega a bateria, e assim a restaura, deixando-a completa. Só que com o passar dos anos, o celular já levou vários tombos, e ficou velho, a bateria perde a essência, e por mais que você tente carregar, ela não dura tanto quanto durava no começo. Então um dia você pega o celular, e sente vontade de jogar, você joga... mas a bateria é fraca, e sendo assim, na graça do jogo, o celular desliga.

É constrangedor falar sobre isso. Sobre o que eu sinto. Sobre o que eu gosto e ainda mais do que eu penso. Eu nunca fui bom em falar sobre mim, quer dizer, houve um dia em que fui, mas isso foi antes. A diferença é que eu nunca quis ser somente aquele amigo que pode ouvir metade das suas histórias, quando na verdade é o que eu deveria ser, aliás, eu não deveria ser nada. Eu só queria que você tivesse 100% de confiança em mim. Mas qual o intuito disso? Ah, era fazer você se sentir feliz. Mas descobri que não ia ser alguém feito eu, nem minhas inúmeras tentativas, que fariam você completamente feliz. Então não há mais nada a se fazer. As lamentações e erros são somente para deixar na memória, mas de qualquer forma eu peço desculpas pelas falhas e pela insistência. Nada se compara a pessoa que eu fui me dedicando a você. Só aconteceu que eu cansei. Cansei de tentar. Cansei de pensar que textos, e fotos eram para mim, ou sobre mim. Cansei de fazer você se sentir bem todo o tempo. Cansei de tentar te ajudar, quando você nem se quer pediu minha ajuda. Então, agora eu estou me odiando, porque eu apareci do nada, sem ser convidado, e fui fazendo coisas, que você não me pediu.

Eu não tenho nenhuma história para contar. Esses são meus últimos passos e essa é minha palavra final. Só espero que você siga sua vida, pois eu sei que estou fazendo a coisa certa, porque estou fazendo o que é melhor para mim, não o que é melhor pra nós, porque não existe mais nós. E vou sempre me lembrar que você dizia: “Talvez hoje, talvez amanhã. Talvez sim, talvez não. Talvez”. Eu espero que essa seja a vez do ‘talvez’ certo, e que não seja só talvez, e sim a certeza. Espero também que desta vez você consiga realizar todos seus sonhos, não desejo nada além do melhor a você.



09 maio, 2011

KEEP BREATHING

cama fazia barulho enquanto eu ficava rolando de um lado para o outro, no escuro do quarto; Se por dez segundos eu prender minha respiração, consigo ouvir apenas o silêncio. Mas ainda assim não consigo pegar no sono, só fico me perdendo nos pensamentos. Duas da manhã e ela me liga porque sabe que ainda estou acordado e que pode contar comigo. 


- Pode me ajudar a solucionar meu último erro? Eu acho que não o amo, o Inverno não foi minha melhor estação.

Quase oito meses depois, estava chegando a casa de Marina. Hoje era para ser uma data especial, deveríamos ir comemorar, mas não; Ela entrou no carro, e fomos em silêncio até lá. Foi numa manhã de sábado, ventava muito. Chegamos e fomos entrando sem muita delonga... Ele ainda estava naquela sala, eu peguei no braço dela, afinal ela precisava vê-lo, mesmo que pela ultima vez, e nós passamos pelas portas enquanto nos acusavam com os olhos, como se tivessem algum direito de criticar, não havia sido nossa culpa. Mas não é hora para pensar ou falar a respeito disso, todos nós estávamos ali pela mesma razão.


Em Maio, ele fez 21 anos, naquele dia, Eduardo sentou-se no campo da base de Fort Bliss onde são feitos os treinamentos... Sozinho, apenas com uma garrafa na mão e ali passou a noite. Ele não tinha ficado sóbrio desde Outubro do ano passado, as pessoas da cidade perceberam que ele esteve triste, e andava bebendo muito desde que os dois terminaram.


Não eramos muito amigos, passamos a nos cumprimentar depois que Marina começou a namora-lo; Mas, meu Deus, é ele era tão jovem e bonito, tinha um sorriso encantador, conhecido por todos na cidade como garoto militar, rapaz de boa família, tirava boas notas. Como pode fazer aquilo com si próprio? 


Num dia desses, você começa a se lembrar de todas as coisas, eu me recordo da primeira vez que conversamos, se é que posso chamar de conversa. Foi a primeira e ultima conversa com ele.


- Cara para com isso.
- Vai embora.
- Vem, eu vou te levar pra casa, vamos conversar.
- NÃO. ACABOU, tudo está acabado.
- Há uma luz no final de cada túnel cara.
- NÃO RESTA MAIS NADA.
- Resta, só está longe, mas ainda está aí dentro de você.
- É apenas dor, como se nunca fosse sair, E NÃO PARA DE DOER.
- Vamos, eu vou te levar pra casa, você não pode dirigir desse jeito.
- NÃO TOCA EM MIM. SAI DAQUI, ME DEIXA MARCUS, VAI EMBORA.
- Esses erros que você cometeu, vai cometê-los de novo se continuar persistindo nisso. 
- CALA A BOCA, VAI EMBORA, VAI EMBORA.
- Se você a ama, para com isso!


Já faz algumas semanas desde o acidente, mas ainda parece que foi ontem, e não consegui superar, ainda consigo ouvir os gritos dela diante do caixão, pedindo desculpas. São duas da manhã, e aqui estou, ainda acordado. Talvez se eu escrever sobre isso, se eu puser tudo em um papel, não estará mais dentro de mim, e quem sabe, eu posso seguir em frente. 


Ainda é difícil passar pelas ruas, eu me sinto despido diante da vizinhança, afinal, por que eu tinha que passar por isso? Por que o deixei naquele bar? Deveria ter ficado com ele aquela noite. E por que fui me apaixonar por ela? Seria tudo diferente se fôssemos somente amigos, mas dava para ver nos meus olhos que não era apenas isso. Aliás, a cidade inteira sabia o quão eu era apaixonado por ela, acho que menos ela percebia isso. E por inúmeras vezes nos verem juntos, pensaram que eles romperam por minha causa... Talvez por isso a Sra. Mitchel me olhasse com tanto ódio nos olhos.


Eu não tinha nada contra ele, enquanto ele a fizesse feliz. Afinal, é o namorado da minha melhor amiga. E também, ela quase não me falava sobre ele... até chegava a pensar que respeitava os meus sentimentos por ela. Mais uma vez perdido nos meus pensamentos, escuto o telefone tocar.


- Pronto!?
- Eu desisto, eu desisto.
- Por que está falando isso?
- Não aguento mais passar por tudo isso. 
- Vai passar, você tem que se manter firme. 
- É tudo culpa minha, é tudo culpa minha.
- Não é culpa sua que ele se foi, você não pode sair dos trilhos.
- Sou como um carro pendurado por apenas um cabo, basta soltar a corda, e é o fim. 
- Nunca foi seu tipo fazer isso, vamos acertar os erros. Mas por favor, não faça isso.
- A vida é como uma ampulheta colada sobre à mesa, ninguém consegue achar o botão de "voltar". 
- Se não podemos voltar, vamos superar, seguir adiante.
- Agora é tarde demais. Adeus.


Consigo me lembrar que Marina me dizia que precisava de mim pra sempre, mas ela só me ligava quando realmente precisava. O engraçado é que eu a adorava enquanto ela reclamava de tudo, mas estar no hospital com ela naquela situação, não foi nada do que eu tinha imaginado um dia. Depois que a salvei do suicídio que ela iria cometer naquela madrugada, me fez pensar em como ela se sentiu perdendo a pessoa que ela mais amou. 


Tempos depois ela estava de volta, parece que ela passou a dar valor para outras coisas da vida, parece que entendeu que não foi sua culpa o que aconteceu no ultimo Outono. E me jurou seguir em frente, assim como uma árvore, perde as folhas de uma estação para outra, mas depois volta a florescer. 


Então, quando ela acordar nesta manhã, e ver a carta que deixei em sua porta, saberá que decidi respirar novos ares. Irá descobrir que deixar ela seguir adiante sua vida é o melhor a se fazer, afinal ela pode viver sem mim por perto, ela não precisará mais de mim agora. Enquanto a mim? Vou continuar me perdendo nos meus próprios pensamentos, enquanto eu estiver respirando.

06 maio, 2011

COM PASSAR DO TEMPO

Talvez eu consiga em um dia, dois ou três, três anos. Mas é difícil. Quando você não é correspondido na primeira, até pode-se afirmar que é apenas uma fatalidade, pois na próxima será certeiro. E assim os anos vão passando e a certeza de que você não significa nada e acrescenta menos ainda, é cada vez maior.