Saudade.

A falta pode não me matar, mas pode matar algo muito mais especial em mim. De qualquer maneira, o que restou são apenas lembranças, lembranças que as vezes nos faz pensar se foi real ou ilusão. Real ou não, foi bom sentir. Nada é em vão, nem se quer, um amuleto em minha mão!

Realmente.

18 anos, paladar de uma pessoa idosa, as esperanças de tão elevadas, despencam lá do alto se perdendo antes de chegar ao chão. Um coração, que vai esvaziando-se aos poucos, diante de ações e lembranças não renovadas com novos momentos. O exótico se torna tão igual a tudo. O doce ou salgado não satisfazem mais o meu paladar. Meus sonhos se perdem enquanto durmo, e as lembranças desaparecem ao acordar. Nenhuma essência de tal fato fantasiado sobrevive. Você pode pensar que tenho inúmeras qualidades, mas não tenho e nem quero ter qualidades que me faça uma pessoa do seu meio. Ao meu redor existem apenas almas perdidas, sem nenhuma percepção do que é ser realmente um ser humano e viver nos dias de hoje, porém com carater, e amor de verdade. Lamentações gritantes escondidas na alma se tornam irônicas demonstrando nada quando transportadas pra fora. É assim que me encontro, quando me deparo com o mundo. Não sou mais uma peça desse quebra-cabeça, não sou aquele alguém que você imagina que eu seja.

Eu Deveria

Estudar mais, comer menos, ser menos arrogante, ser menos exigente com as pessoas. Me divertir com mais facilidade, dormir num horário decente. Eu devia me manter no ritmo e só parar quando meus objetivos estivessem de fato concluídos, para então fazer outros planos.  Eu preciso de muita coisa, e eu me sinto errando em tudo o que eu faço. Queria saber aonde está aquela minha vontade de viver absurda, aquela minha garra para acordar todos os dias, pensando em tudo o que eu vou fazer com o decorrer do dia.


Onde está aquele meu bom humor constante mesmo quando eu estou me fodendo o dia inteiro?

Eu queria, eu gostaria, eu deveria. Detesto conjugar os verbos nessa porcaria de tempo que eu nem sei qual é, e eu deveria saber. Passei uma semana inteira deixando a semana passar. Na verdade eu tenho vivido quase assim. Deixei de lado os meus ideais e as coisas das quais eu gosto. Deixei de lado minha diversão, meus amigos, minhas saídas noturnas e até minha vontade de comprar roupas. Deixei tudo de lado para continuar existindo e estudando, existindo e estudando. E comendo. Comendo sem parar. Me disseram que cursinho não seria tão mal assim, que deveria inclusive fazer parte da vida. E por um bom tempo levei isso a sério. Mas, um conselho meu, não caiam nessa. Cursinho é um inferno. É, o inferno são os outros. Todos os outros.

Já fiz dezenas, centenas, milhares de planos para o meu futuro. Vou recuperar tudo o que eu sou. Por hora, vou continuar apenas existindo...Se eu morresse agora eu ia me arrepender. Mas, como dizem pelos cantos: Cursinho é um pacto com o diabo. Você não morre antes do fim :)